Imagine que você precisa comprar um novo laptop, mas não tem nenhum modelo específico em mente. O que você faria? Muito provavelmente, você começaria procurando avaliações na Internet, pediria recomendações a amigos, leria opiniões, compararia características e preços das opções que chamassem sua atenção e só então tomaria a decisão de compra. Tudo isso, aplicado ao desenvolvimento de TI, é chamado de Análise Pré-Projeto.
Por que é necessária?
A Análise Pré-Projeto ajuda a criar um produto adaptado às necessidades do público. O que queremos dizer com isso? No início, nem sempre está claro como o produto deve ser, quais funcionalidades ele precisa ou quanto tempo levará para ser desenvolvido. Como resultado, você pode acabar com uma solução que, embora pareça ótima à primeira vista, não atende de forma alguma às necessidades do seu público-alvo.
Com a ajuda da Análise Pré-Projeto, você pode: ● Determinar a estrutura e as funcionalidades do produto futuro.
- Formar uma visão comum do projeto.
- Economizar tempo, dinheiro e esforço dos colaboradores, pois todos os detalhes são identificados antes do início do trabalho, e não durante ou depois. Isso significa que você não precisará refazer nada no futuro.
- Encontrar formas mais eficazes de resolver o problema do que as previstas no TOR (tivemos um caso em que o cliente queria um sistema logístico totalmente automatizado, mas descobriu-se que era mais barato contratar um gerente. Assim, desenvolvemos uma solução para notificações automáticas de solicitações).
É possível evitar fazê-lo?
Na verdade, é possível. No entanto, apenas em certos casos: por exemplo, se o cliente chegar com um TOR pronto, design e uma compreensão clara do resultado (mas essas situações são muito raras). Podemos dispensar a pesquisa prévia ao projeto se estivermos trabalhando em um projeto modelo, como um site cartão de visitas ou a adição de uma funcionalidade de pagamento.
Às vezes, a ideia de um produto é tão inovadora que não existem análogos. Nesses casos, em vez de realizar uma análise completa, podemos conduzir pesquisas de mercado e CustDev (identificação das necessidades do público-alvo).
Mas se você não tiver um TOR claro, não tiver certeza sobre sua compreensão do produto final e sua funcionalidade, precisar testar hipóteses ou eliminar pontos fracos em um serviço existente, então a Análise Pré-Projeto é indispensável para você.
Como a análise é feita?
A análise é realizada em várias etapas. O número e a sequência dessas etapas são bastante flexíveis: dependendo do projeto, alguns passos podem ser adicionados enquanto outros podem ser omitidos. Aqui estão os principais que seguimos.
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Entrevista com o cliente. Nesta etapa, tentamos coletar o máximo de informações possível sobre o cliente: sobre seu negócio, metas e objetivos, público-alvo e modelo de vendas. Isso nos ajuda a avaliar a situação atual da empresa, entender qual problema de negócios estamos resolvendo e quais necessidades do usuário estamos atendendo. Entrevistamos não apenas os líderes, mas também os colaboradores e gerentes envolvidos no projeto. Isso permite obter uma visão mais completa e precisa, pois os altos executivos nem sempre conhecem todos os detalhes do funcionamento de determinados processos de negócios.
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Análise da concorrência. O objetivo da análise da concorrência é entender como os problemas dos usuários são resolvidos em outros produtos e quão eficazes são essas soluções. Para isso, estudamos as soluções dos principais concorrentes, identificamos seus pontos fortes e fracos e coletamos ideias. Como resultado, devemos criar uma USP (Proposta Única de Valor) que destaque favoravelmente o produto.
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Desenvolvimento da estrutura. O próximo passo é criar um diagrama que mostre a estrutura do projeto futuro, seus elementos e as conexões entre eles. Este diagrama formará a base do Mapa da Jornada do Cliente (CJM) e ajudará no desenvolvimento de protótipos.
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Criação de um Mapa da Jornada do Cliente (CJM). O CJM reflete todos os cenários de interação do usuário com o produto: de que maneiras ele pode realizar uma ação específica. Vamos pegar como exemplo a seleção de produtos em um aplicativo de entrega de comida. Analisamos como o cliente pode acessar a página do prato: a partir da categoria do menu, da seção de promoções, do histórico de pedidos, e estudamos os problemas que ele pode encontrar em cada caso. Tudo isso ajuda a identificar e corrigir erros no percurso do usuário com antecedência, além de otimizar cenários muito longos ou ineficientes.
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BPMN (Modelo e Notação de Processos de Negócio). É um modelo que descreve os processos de negócios associados a um produto em formato de fluxograma. Na prática, reflete a lógica do funcionamento do produto e permite entender como desenvolvê-lo da melhor forma. Voltando ao exemplo do aplicativo de entrega de comida, aqui teremos que detalhar como o restaurante recebe o pedido, como ele é enviado para a cozinha, como o entregador é designado, e assim por diante. Tudo isso exige uma imersão profunda no negócio do cliente, o que reduz a probabilidade de mal-entendidos.
Prototipagem. Esta é a etapa final da análise, onde, junto com o cliente, preparamos protótipos, uma espécie de esboços do projeto futuro que mostram como ele funcionará. Em outras palavras, eles demonstram sua estrutura, funcionalidade e cenários de interação do usuário com o produto.


Depois que o cliente aprova o protótipo, o desenvolvimento pode começar. E como realizamos a análise, esse desenvolvimento será baseado em fatos e números, na análise da concorrência e nas necessidades do público-alvo. Por outro lado, ao dispensar a pesquisa pré-projeto, confiamos apenas na opinião pessoal do cliente e da equipe de desenvolvimento. Voltando ao exemplo do laptop, isso é quase como entrar em uma loja e pegar o primeiro modelo que aparece, para depois descobrir que não era nada do que você precisava.